Empresa transforma lixo eletrônico em terminais

Empresa transforma lixo eletrônico em terminais

 

Computadores antigos ou obsoletos que para empresas de diversos ramos de atividade representam uma incômoda sucata eletrônica estão sendo recuperados para operar como terminais leves e doados para as áreas administrativas ou programas de inclusão digital realizados por entidades e instituições que atendam a comunidade. A idéia é da CRMG Network & Security, que resolveu doar a mão de obra do trabalho de recuperação dos equipamentos que seriam descartados pelos seus clientes.

Com o objetivo de promover a inclusão digital nas instituições beneficentes, assistenciais ou de ensino que não dispõe de verba para a aquisição de equipamentos de informática, a CRMG Network & Security está oferecendo gratuitamente estações de trabalho montadas com computadores e acessórios que, para muitos, não passam de lixo eletrônico.

Considerados obsoletos ou simples sucata por empresas de vários ramos de atividade que procuram sempre atualizar e modernizar seus sistemas de informática, os antigos computadores são transformados em eficientes terminais leves capazes de executar os programas básicos de texto e imagem.

Para permitir a utilização dos computadores em rede (estação de trabalho para o atendimento simultâneo de vários usuários) e o acesso à internet, a CRMG procura parceiros interessados em ampliar este projeto de informática social. A própria empresa já adquiriu alguns servidores e switches para atender as primeiras solicitações de entidades, mas necessitará de parcerias para tornar essas doações perenes.

Segundo dados do Greenpeace, são descartados anualmente de 20 a 25 milhões de toneladas de produtos eletrônicos, grande parte de forma inadequada. Por conter materiais pesados e tóxicos, como mercúrio, chumbo, cádmio, belírio e arsênico, o descarte irresponsável gera riscos de contaminação humana, da água e solo. De acordo com a Fecomércio – Federação do Comércio do Estado de São Paulo -, apenas 10% dos computadores são reciclados no mundo.

Ao modernizar a área de informática, as empresas sequer contam um local adequado para o descarte dos equipamentos que para elas está sucateado. A maior parte delas desconhece a possibilidade de recuperação desses computadores que terão grande utilidade principalmente para as entidades ou instituições que prestam serviços à sociedade carente e que não disponibilizam de verba para a aquisição de equipamentos novos. É o caso dos monitores antigos que estão sendo substituídos pelos novos modelos de LCD.

“Estas estações de trabalho atendem com excelência os usuários, seja na área administrativa, aulas de informática, consultas escolares ou qualquer outro programa ou projeto de inclusão digital por oferecerem todas as ferramentas básicas (editor de texto, planilha eletrônica, editor de imagem, navegador de internet, correio eletrônico etc.) e, ainda, garantirem uma solução consciente e inteligente para o lixo eletrônico”, lembra Carlos Roberto Monteiro Guimarães, diretor da CRMG Network & Security, empresa sediada em Campinas, especializada em soluções de informática.

A idéia de recuperar os computadores obsoletos de seus clientes, entre eles o Center Fabril, BF-ETTO, Escola Associativa Waldorf Veredas e o Ateliê da Notícia, amadureceu justamente pela consciência dessas empresas, que atuam nos mais diferentes ramos de atividade, quanto aos conceitos da TI Verde (tecnologia da informação aplicada de forma sustentável), incorporados aos seus projetos de informática. “Algumas das empresas, inclusive, já estão nos solicitando projetos para verificar se parte dos equipamentos antigos pode ser ainda aproveitada em algumas áreas operacionais, como na recepção e atendimento, por exemplo, que exigem pouco da capacidade dos equipamentos. Com isso, essas empresas acabam conseguindo uma grande economia nos custos com a compra e manutenção de máquinas (hardware), com a aquisição de programas (softwares) e até com a redução do consumo de energia elétrica”, lembra Carlos Guimarães.

Para ser transformado em um terminal de trabalho, os computadores antigos precisam ter apenas uma placa mãe, um processador (a partir do k6-2) e 128 Mb de memória, além, é claro, de uma placa de rede. Isto porque todos os dados (arquivos) e o sistema operacional estarão armazenados somente no servidor, que compartilha o uso das funcionalidades (CD-ROM, DVD, impressoras etc.) com os usuários dos demais terminais.

O servidor a ser utilizado será dimensionado de acordo com o número de terminais que a ele serão conectados e com as aplicações que os usuários necessitarão. Para que uma rede com até seis terminais tenham uma velocidade bastante satisfatória, por exemplo, será necessário um processador (do tipo AMD Athlon XP 1700, 1024 de memória e um HD de 60 GB).

Não há gastos com software já que o sistema operacional utilizado é o Ubuntu (Linux), um software livre, ou seja, não precisa ser comprado, pois é disponibilizado gratuitamente a qualquer interessado. Já o servidor e o switch para permitir o trabalho em rede e a conexão dos equipamentos à internet precisam ser adquiridos e custam cerca de R$ 800,00 e R$ 60,00, respectivamente, mas, muitas vezes os antigos podem ser reaproveitados quando da substituição por modelos mais potentes. “Alguns deles nós compramos para garantir a doação do sistema operacional completo e pronto para a utilização pelas entidades e instituições. Mas estamos também procuramos parceiros que tenham interesse em doar estes equipamentos para ampliarmos o atendimento aos projetos e programas de informática social”, acrescenta Carlos Guimarães

Embora existam empresas que se ofereçam para comprar a sucata eletrônica, o valor pago é irrisório: R$ 0,10 o quilo, na Sucatas Bim, por exemplo, empresa que já se comprometeu com a CRMG a doar os equipamentos em condição de recuperação para doação às instituições. Por isso é muito mais razoável recuperar esses equipamentos e doá-los para quem precisa.

Fonte: Qualidade Online

 

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