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Sustentabilidade: Uma escolha ética
Cada vez mais em evidência, o termo sustentabilidade abrange questões econômicas, sociais, culturais e ambientais. O conceito pode ser definido como a capacidade de desenvolver a atividade econômica atendendo as necessidades da geração atual sem comprometer as gerações futuras. Envolve temas como o uso racional dos recursos naturais, reciclagem, ética e cidadania, entre outros. Até o final do século XX, o lucro era o único motor da economia.

O resultado está aí: aquecimento global, altos índices de poluição dos rios e mares, devastação das florestas tropicais, inchaço dos centros urbanos etc. Para mudar esse quadro, surge o conceito de sustentabilidade, no qual empresas e indivíduos têm que se preocupar com as conseqüências de suas ações, até para garantir os lucros no longo prazo.

Estudos e experiências recentes mostram que não há incompatibilidade entre crescimento econômico e responsabilidade social e ambiental. Muito pelo contrário: investir em tecnologias limpas e cuidados sócio-ambientais gera valor para as empresas, no longo prazo. A Revolução Industrial foi o marco para o período de um novo modelo empresarial, onde as companhias se constituíam por longos períodos e todos na cidade as conheciam. O início do século XX, com as técnicas de organização industrial, com a racionalização da linha de produção de Ford e com as grandes inovações das fábricas de automóvel, alavanca enormemente a produção – mas o mercado continua fortemente comprador por mais de 50 anos, apesar dos grandes ganhos de produtividade que se conquistavam. Somente nas últimas décadas, com a inversão mercadológica da oferta superando a demanda, é que viemos presenciar o momento da Qualidade – uma forma de mimar clientes, que por isso mesmo, mais exigentes. Preço e qualidade estão cada vez mais a favor do consumidor.

As empresas lutam entre si com todos os tipos de armas – muitas delas desprovidas de qualquer elogio. É neste ambiente que começa-se a valorizar – e a ganhar valor – as organizações que se predispõem a serem auditadas para demonstrarem conformidades com certos tipos de normas. A ISO torna-se uma referência de organismo internacional voltado à padronização, sendo a ISO 9000 uma das suas normas mundialmente conhecida. Simultaneamente a este movimento um grupo de empresas norte-americanas inicia o debate sobre a importância da ética nos negócios, de que organizações podem (e devem) ganhar dinheiro sem que esteja manchado por trabalhos infantis, trabalhos escravos etc. Por iniciativa da CEP (Council on Economic Priorities) – uma instituição pública fundada em 1969 –, representantes de empresas voltadas à responsabilidade social, ONG’s e sindicatos estudaram profundamente a elaboração de uma norma voltada à responsabilidade social e, assim, constituem a CEPAA (Council on Economic Priorities Accreditation Agency) – hoje conhecida como SAI (Social Accountability International, filiada ao CEP) que lança a SA 8000 em 1997 – uma norma certificável com conceitos muito fortes de proteção à criança, ao trabalhador em regime semi-escravo e à saúde e segurança. Com foco principal de sustentação nas OIT’s, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Convenção dos Direitos das Crianças, a SA 8000 está alinhada aos principais conceitos da ISO 9000 e da ISO 14000: Sistema da Gestão, Política da Qualidade, Procedimentos, Conformidade, Controle de Documentos, Controle de Registros, Ação Corretiva, Ação Preventiva, Análise e Melhoria de Processos.

Assim, o consumidor é cada vez mais consciente do peso ecológico e social de suas próprias escolhas. Assim, para a empresa garantir a satisfação dos consumidores ela terá, cada vez mais, que fornecer respostas coerentes a estes assuntos, reconhecendo a crescente sensibilidade do mercado às temáticas como a sustentabilidade e empenhando-se a atingir resultados positivos a favor do ambiente. Empresas que queiram manter a competitividade ao longo prazo devem, portanto, responder às expectativas dos cidadãos-consumidores, valorizando o comportamento responsável.

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